Os recentes aumentos nas tarifas do transporte público que liga o Entorno do Distrito Federal à capital trazem impactos profundos para milhares de trabalhadores que dependem desses ônibus diariamente. Com veículos em condições precárias, atrasos constantes e uma insegurança crescente, a população do Entorno se vê refém de um sistema que não oferece qualidade, mas pesa cada vez mais no bolso.
Para muitos empregadores do DF, o custo do transporte tem sido um fator determinante na hora da contratação. Diante das passagens cada vez mais caras, muitos patrões optam por contratar apenas moradores do DF, eliminando gastos com vale-transporte e garantindo uma logística mais eficiente. Com isso, os trabalhadores do Entorno enfrentam um cenário de exclusão e maior dificuldade em se manterem no mercado de trabalho da capital.
Agora, surge uma nova preocupação: a proposta do governador Ibaneis Rocha de tornar o transporte público gratuito no DF até o fim deste ano. Se essa medida for implementada, o impacto para os trabalhadores do Entorno pode ser catastrófico. O desemprego na região tende a disparar, já que os empregadores terão ainda menos incentivo para contratar quem depende de ônibus interestaduais caros e ineficientes. Isso criaria um abismo ainda maior entre os trabalhadores do DF e do Entorno, ampliando as desigualdades e precarizando ainda mais a vida de quem já enfrenta longas jornadas de deslocamento.
Diante desse cenário alarmante, é urgente que os moradores do Entorno se mobilizem. Não basta apenas protestar contra os aumentos abusivos das passagens, mas também buscar soluções para evitar uma onda de demissões em massa. Políticas públicas que garantam subsídios no transporte para trabalhadores do Entorno, parcerias com empresas para auxiliar nos custos e uma fiscalização mais rigorosa sobre a qualidade do serviço prestado são algumas das medidas que precisam ser discutidas imediatamente.
Se nada for feito, a tendência é que o trabalhador do Entorno fique cada vez mais marginalizado no mercado de trabalho do DF, agravando a crise social e econômica da região. A luta precisa começar agora, antes que o cenário se torne irreversível. Aguardemos os próximos capítulos dessa história, mas com a consciência de que o desfecho pode ser mudado com mobilização e pressão popular.
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