Na sessão legislativa, realizado na quinta-feira (20.fev.2025), os vereadores de Santo Antônio do Descoberto, aprovaram a troca de nomenclatura do cargo de vigia para Guarda Patrimonial. A medida foi celebrada por alguns como um avanço, mas, na prática, essa mudança de nome não altera a realidade da categoria nem traz benefícios reais à população.
Valorizar uma profissão vai muito além de reformular sua designação. Sem melhorias salariais, condições adequadas de trabalho e garantias de direitos, a alteração do nome de um cargo soa apenas como uma manobra política para maquiar a falta de avanços concretos.
O caso de SAD não é isolado. Em diversas cidades, vemos movimentos semelhantes em que categorias inteiras são renomeadas sem que haja qualquer impacto positivo para os trabalhadores. Um exemplo disso foi a mudança do nome dos garis para agentes ambientais em algumas regiões do país. A nova nomenclatura pode até soar mais sofisticada, mas, sem um reajuste salarial digno, equipamentos adequados e valorização real da função, o trabalhador continua enfrentando os mesmos desafios diários.
Outro caso emblemático foi a transformação de auxiliares de enfermagem em técnicos de enfermagem, sem que houvesse uma reestruturação de carreira significativa. A mudança de nome não melhorou as condições de trabalho nem garantiu um reconhecimento efetivo da importância desses profissionais na linha de frente da saúde.
Dessa forma, a troca de nomenclatura dos vigias para guardas patrimoniais pode parecer um gesto de reconhecimento, mas, se não vier acompanhada de uma estruturação séria da categoria, continuará sendo apenas um artifício político. A valorização real exige investimento, respeito e compromisso, e não apenas um novo título para o mesmo trabalho precário.
A valorização dos vigias vai muito além da simples troca de nomenclatura. Aqui estão algumas medidas reais que poderiam fortalecer e dignificar a categoria:
1. Melhorias salariais
- Reajuste salarial compatível com a importância e os riscos da função.
- Adicional de periculosidade ou insalubridade, quando aplicável.
2. Estruturação da carreira
- Plano de cargos e salários que permita progressão na função.
- Possibilidade de capacitação e certificação profissional para crescimento na carreira.
3. Condições dignas de trabalho
- Equipamentos de segurança adequados (EPI, rádios de comunicação, uniformes apropriados).
- Locais de trabalho estruturados (banheiros, áreas de descanso, iluminação adequada).
- Jornada de trabalho justa e regulamentada.
4. Capacitação e profissionalização
- Cursos de formação contínua em segurança patrimonial e atendimento ao público.
- Treinamento em primeiros socorros e resolução de conflitos.
5. Benefícios adicionais
- Planos de saúde e seguro de vida.
- Vale-alimentação e transporte adequados às necessidades dos profissionais.
- Adicionais por tempo de serviço e desempenho.
6. Reconhecimento da importância da profissão
- Campanhas de valorização da categoria.
- Participação dos vigias em decisões que impactam sua rotina.
- Inclusão da categoria em políticas públicas de segurança.
Essas são medidas concretas que realmente fariam a diferença. Mudar apenas o nome do cargo sem implementar melhorias reais não passa de um paliativo simbólico.
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