Sem oportunidades de trabalho e enfrentando dificuldades financeiras, moradores de São Antônio do Descoberto (SAD) têm recorrido a aplicativos de vídeos para conseguir alguma renda. Do Kwai ao TikTok, a rotina de muitos desempregados da cidade gira em torno de assistir a conteúdos para acumular moedas virtuais que, ao final do mês, rendem cerca de R$ 6.
Um dia inteiro em frente à tela
Para aqueles que não encontram oportunidades no mercado de trabalho, aplicativos como Kwai e TikTok se tornaram uma alternativa, ainda que de baixa remuneração. “Eu fico o dia todo assistindo a vídeos, porque qualquer dinheiro ajuda”, conta João Silva, 27 anos, desempregado há mais de um ano. Segundo ele, a prática não gera um salário fixo, mas já ajudou a pagar pequenas contas.
O funcionamento dos aplicativos é simples: os usuários acumulam pontos assistindo a vídeos, convidando amigos para se cadastrarem e cumprindo desafios diários. No entanto, as regras para saque variam, e o valor acumulado nem sempre está disponível imediatamente. “Tem que assistir muito, e mesmo assim, só consigo sacar uns R$ 6 por mês”, diz Maria de Souza, que também está desempregada.
Desemprego e falta de perspectivas
A cidade de SAD enfrenta uma crise econômica que tem agravado o desemprego. Com poucas indústrias e um comércio limitado, os moradores buscam alternativas para complementar a renda. “A gente tenta de tudo. Se tivesse emprego, eu não ficaria no celular o dia todo, mas não tem”, afirma José Almeida, que trabalhou como pedreiro até o ano passado.
Especialistas apontam que o fenômeno não é exclusivo da cidade. Em várias partes do Brasil, pessoas sem ocupação formal utilizam aplicativos para conseguir algum dinheiro. No entanto, os ganhos são irrisórios e não substituem um emprego formal. “Essa é uma forma de sobrevivência digital, mas não resolve o problema do desemprego. O ideal seria políticas públicas para geração de trabalho e renda”, analisa a economista Carla Mendes.
Enquanto isso, moradores de SAD seguem na esperança de uma oportunidade melhor. Até lá, o celular continua sendo uma ferramenta de renda, mesmo que pequena.
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